Uma mulher e mãe cheia de histórias, que vem de um país africano – a República Democrática do Congo. Tem uma grande família e nos trouxe fotos tão lindas de sua infância e do local onde morou em seu país. Teve uma infância muito “movimentada e poderosa”, nas suas palavras. Lembra com vigor da família, da escola e dos desenhos que assistia depois das aulas. Tem uma relação muito próxima com uma das irmãs. Estudou Direito no Marrocos. Fala oito línguas e aqui no Brasil finalizou seu mestrado em Direito na Universidade Federal do Paraná (UFPR). É mãe e presidente de uma associação. Uma mulher que tem muitas memórias e que, ao falar e escrever delas, pode se aproximar de um passado que queria esquecer. Gloire, obrigada por compartilhar sua história e por nos fazer conhecer a potência de uma mulher da República Democrática do Congo!
Nasceu em uma cidade pequena da Venezuela. É muito ligado à sua família: sua mãe, avó e irmãos. Sempre teve apreço pelos estudos e sabia que seu futuro seria marcado por eles. Adorava os dias de domingo, quando a família ficava em casa, faziam as refeições e viviam o dia sem muitos compromissos. Trouxe para o nosso trabalho lindas fotos da infância com a sua família. Tem dons artísticos e é muito caprichoso. A decisão de migrar foi uma construção, mas decidida depois de ver de perto a violência e a miséria em seu país. Sabia que passaria pelo Brasil, mas não imaginava ficar por aqui. No processo de travessias passou muitas dificuldades e situações que não poderia supor antes em sua vida. Em muitos momentos se viu sozinho e sem poder pedir ajuda. Superou muitas dificuldades. Chegou a Curitiba e a vida começa a mudar quando entra na universidade para realizar seu sonho de se formar dentista. Do seu processo de adaptação no Brasil destaca a palavra RESILIÊNCIA. E como palavra para projetar o futuro, a FAMÍLIA. Maiker, com o que tens, vais longe!
Nascida menina na Síria, na cidade de Aleppo, teve uma infância tranquila e muito rica em experiências. Gostava de estudar e se descobriu com a música aos oito anos de idade. Ganhou um prêmio ainda criança, que lhe permitiu viajar sozinha aos doze anos de idade. Desde cedo já se interessava pelo mundo. Sempre foi obstinada e corria atrás dos seus objetivos. Fez faculdade em seu país de origem. Formou-se em Design. Em 2013 a guerra da Síria já não permitia vislumbrar a vida naquelas terras. Começou a planejar a migração, ainda que tivesse poucos recursos para isso no meio da guerra, já que a luz e a internet estavam escassas. Lembra do barulho das bombas, da escuridão da cidade e do medo. Conta o processo de saída do país com detalhes, lembrando do cansaço dos soldados na guerra, dos caminhos desconhecidos que tiveram que percorrer para não serem parados pelos combatentes de guerra, dos aviões e dos perigos que passaram. Atravessar fronteiras foi um desafio. A chegada ao Brasil foi cheia de percalços: desconhecia a língua, a cultura e os hábitos. Mas as dificuldades nunca foram um obstáculo ao desejo pela vida. Sua palavra para a adaptação ao novo país foi a CORAGEM. Desde que aqui chegou, muitas conquistas foram alçadas: trouxe a família, revalidou seu diploma, casou e é uma profissional bem-sucedida. A novidade no Brasil foi seu grupo musical, Alma Síria, composto por ela, seu irmão e sua cunhada. De tudo que já passou em sua jovem vida, escolhe a palavra EMPREENDER para marcar seu futuro. Que seja brilhante!
Nascida em Caracas, num tempo próspero da Venezuela. Vinda de uma grande família, sempre se dedicou aos estudos e à música. Trabalhou com grandes artistas venezuelanos, nas melhores casas de show de Caracas. Casou no Brasil e teve três filhos no país de origem. Teve uma carreira linda na música, que a acompanha até hoje em sua jornada. Também foi empresária e trabalhou com publicidade na Venezuela. Começou a migrar por amor, mas decidiu a migração por conta da condição de violência de seu país. Depois de algum tempo aqui no Brasil, pediu ajuda à irmã, cientista norte-americana reconhecida mundialmente, para trazer os filhos ao Brasil. Aqui a família se organiza para viver e trabalhar. Diz que sua missão nesta terra é divulgar o valor e o ritmo da música e da cultura venezuelanas para o Brasil. Aqui já se apresentou em vários lugares e tem um projeto musical em curso. É muito intensa, cheia de vida e acompanha sua família todos os dias. Diz que a migração já estava na sua raiz, desde a vinda de avós europeus e latino-americanos para seu país de origem. Hoje povoa o Brasil com sua família e, esperamos que em breve, com sua música. EMPATIA e COMPAIXÃO foram as palavras escolhidas para falar de sua adaptação ao Brasil e de seu futuro aqui. Que venham muitos shows, Ninoska!
Nascido no Haiti, numa bela cidade litorânea, desde pequeno é atravessado em sua história pelo encontro com o mar. Vindo de uma grande família (tem dez irmãos!), é filho de educadores e sempre foi um bom estudante. Revela pontos interessantes da educação em seu país: desde o valor de um professor até o cuidado e a cobrança que todas as pessoas faziam para a educação de uma criança. Sempre se interessou por política, o que lhe trouxe algumas dificuldades para viver em seu país. Foi fazer faculdade na capital, Porto Príncipe, o que lhe trouxe maior engajamento nas questões políticas do Haiti, mas também a experiência de viver um terremoto. Relata o terremoto de 2010 como um evento que muda toda a sua vida: tanto pelas mortes que viu quanto pelas novas oportunidades de trabalho que surgiram. Trabalhou muito para ajudar a reerguer seu país da destruição do terremoto. No entanto, em 2013, por conta das eleições presidenciais, foi obrigado a deixar o país. Seu processo migratório foi difícil. A cada fronteira atravessada, encontrou corrupção e exploração: conheceu de perto a indústria da migração. Chegou a Curitiba depois de muitos dias em um ônibus, mas reconheceu em Pinhais algo da sua cidade natal. Fez muitos cursos e trabalhou em diversos lugares aqui no Brasil. Contou com diferentes experiências de trabalho e passou por inúmeras situações de abuso e exploração. Ainda assim, nunca desistiu. E decidiu voltar a estudar numa universidade. Assim, ingressou na UFPR para estudar Administração. Virou pai no Brasil. Pensa que sua trajetória migrante e suas experiências podem ajudar numa futura carreira política em seu país de origem. Gosta muito de economia, de política e de história. Em sua adaptação no Brasil reconhece muita FLEXIBILIDADE e como palavra para o futuro escolhe ALTRUÍSMO. Russel, seu futuro é promissor!